Apresentação
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ARTE EM BARREIRAS
Música, teatro, pintura e literatura
Por Ignez Pitta de Almeida
A cidade começou seu desenvolvimento como núcleo urbano a
partir de 1870, quando a produção e exportação da borracha de mangabeira gerou
um acentuado ciclo imigratório, atraindo famílias pioneiras vindas da própria
Bahia, Minas Gerais e de vários estados do Nordeste, principalmente do Ceará e
até de alguns estrangeiros como as famílias Marmori e Pignata.
Como produto de exportação a borracha produzia muita riqueza
que fez surgir uma sociedade que atraia também artistas, como músicos,
escritores, atores e poetas. Na arquitetura tivemos grandes pedreiros-artesãoes
que faziam as fachadas clássicas das casas com adornos de relevo e motivos
decorativos renascentistas. Nesses mesmos casarões e sobrados destacavam-se os
pintores entre os quais o principal foi Edeltrudes Andrade, que executavam
belos desenhos e paisagens nas paredes.
A família Sampaio, oriunda do ceará, liderava a cultura
barreirense no início do século XX, com o maestro, compositor e professor
Antônio Sampaio e o poeta e escritor, seu irmão Alfredo Sampaio. Juntos
compuseram belos hinos, como o de São João, além de canções diversas e
encenavam peças teatrais.
No princípio com a notável colaboração do empresário Coronel
Baylon Boaventura, que retirava o estoque de mercadorias de sua loja, à rua
Barão de Cotgipe, cedendo o espaço, nos finais de semana, para as
apresentações. Com a construção, pelo coronel Antônio Balbino de Carvalho, do
cine teatro ideal, em 1919, o teatro local passou a ter seu espaço
privilegiado, vivendo seu apogeu nas décadas de 1920/30. O primeiro livro de
autoria de um barreirense foi “Os Humildes”, editado em salvador, em 1913.
Gráficas e Jornais
Em 1908 surgiu a imprensa com a Tipographia Lima, implantada
pelo filho de Barra Orestes Ferreira Lima, que fundou o primeiro jornal:
Correio de Barreiras. A partir daí, outras tipografia e jornais foram surgindo,
destacando-se os jornais Cidade de Barreiras, editado pelo intelectual, também
filho de Barra, Elisio Mourão. Outro semanário foi ‘O Rio Grande’, feito em
tipografia própria, pertencente ao médico e um dos fundadores de Barreiras, dr
Augusto Cesar Torres.
Os jornais prosseguiram sua missão e, em 1937, ‘O tempo’,
editado por João Gualberto de Almeida, noticiava a vinda a Barreiras, em
companhia de Geraldo Rocha, da comissão Pan Americana e Painair do Brasil, a
fim de pedir ao prefeito Coronel Abilio Wolney, a doação de um terreno para
construir o aeroporto de Barreiras.
Muitos barreirenses que moravam em grandes centros
publicaram livros como Geraldo Rocha, Antônio Bakbino de Carvalho Filho, Hildon
Rocha, Dilson Ribeiro, enquanto em Barreiras desenvolvia-se uma atividade literária local.
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